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COBRA QUE NÃO ANDA…

  • AMAPAC
  • 31 de out. de 2024
  • 2 min de leitura


Li em algum lugar, não sei o nome do autor, peço desculpas por não citá-lo. Vendo o peixe pela mesma quantia; o papel do embrulho é meu.

     

O caixeiro-viajante desce do ônibus na cidadezinha do interior e se dirige ao único e modesto hotel do lugar. Entra, vai até a recepção e pede um quarto a seu Juca, dono da hospedagem. O hoteleiro informa que há exigência de um depósito de cem reais. O viajante entrega o dinheiro e pede a seu Juca que encoste sua malinha de roupas a um canto qualquer, pois retornaria após a visita ao cliente com horário marcado para dali a instantes.


  Seu Juca contempla a cédula de cem reais por alguns instantes e decide:

  — Melhor hora é agora. Vou pagar ao açougueiro a carne que peguei na semana passada.


  E o açougueiro, balançando a pelega de cem reais:

  — Era tempo. Aproveito e pago ao veterinário pela inspeção da última remessa de carnes que chegou da fazenda. Olha ele passando ali.


  O veterinário, alisando a nota:

  — Passava da hora. O Tonico da farmácia já anda me farejando por causa do frasco de vacina que fiquei devendo. Vou saldar agora.


  Tonico dobra e amassa o dorso de pequenas escamas da garoupa e desdenha:

  — Já dava como perdido. Salvação da pátria, pois a Mariquinha, ali do Beco Já-começa, não cansa de me assediar pela recompensa do nosso folguedo de domingo retrasado. Olha só!  Ela vem a passos largos me cobrar de novo. Vou despachar os cem e ficar livre.


  Mariquinha dá uma beijoca na nota de cem e suspira:

  — Até que enfim! Saio correndo e acerto com seu Juca o aluguel do quarto onde meus pais ficaram quando vieram conhecer a cidade. Tiro mais um peso da cacunda.


  E o Juca, comemorando:

       — Ponho as mãos pro céu. Achei que o meu cobre tinha entrado pelo ralo.

       O proprietário da hospedaria ainda festejava o lucro inesperado, quando entra apressado o caixeiro-viajante:    

   

     — Meu senhor, o patrão telefonou para o primeiro cliente que eu visitava

e exigiu meu retorno a Belo Horizonte com urgência. Não vou poder me hospedar. Por favor, me dê a mala e devolva os cem reais do depósito.


      — Aqui está, prontifica-se o dono do hotelzinho, estendendo a inquieta e exausta nota de cem reais deixada pela Mariquinha..


CONCLUSÃO. Sem esforço ou desforço, com urgência e diligência, tudo tratado e acertado, e mais uma vez tido e sabido que moeda precisa circular, ou, na sabença do zé-povinho: cobra que não anda não engole sapo.

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